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Somente o Necessário ou Sobre o lema da selva



Continuando a onda de live-actions da Disney, que trouxe filmagens maravilhosas como Cinderela (2015) e nos promete A Bela e a Fera para daqui a alguns meses, "Mogli", que estreou há pouco nos cinemas do Brasil, é um filme lindo, tocante e, definitivamente, para todas as idades.


A história que todos conhecemos ganha um brilho novo com as imagens incríveis que essa versão traz. O frescor e a vivacidade da floresta enchem a tela de cores, numa explosão sinestésica que te coloca dentro do ambiente selvagem. As cenas de perseguição e confrontos são muito bem-feitas, e os animais, ainda que falantes, não têm o ar pastelão e abobado da maioria dos filmes desse gênero (não sei vocês, mas eu não suporto aqueles filmes de sessão da tarde com cães que falam).

Talvez pela composição mais desenvolvida, o enredo traz uma seriedade que não era tão clara na animação. A trama começa com Mogli tentando bravamente se unir aos lobos e acompanhar seus hábitos, sem sucesso. Durante a Trégua da Água, um momento belíssimo em que todos os animais, durante uma seca, se aproximam de um pequeno lago para se hidratarem e coexistem pacificamente, o tigre Shere Khan ameaça atacar os lobos se estes continuassem protegendo o filhote de humano. Para evitar conflitos, Mogli decide partir, mas se separa de seu guardião, a pantera Bagheera, e acaba conhecendo Balu, um divertido urso que tem medo de escaladas. Os dois se tornam amigos e protagonizam um dos melhores momentos do filme - a canção "Somente o necessário", trilha sonora da infância de todos nós -. Mogli usa sua inteligência para facilitar sua vida e a do urso, através dos "truques" que eram reprovados por Bagheera e Akela (líder da alcateia). A pantera convence o menino a ir para a aldeia dos humanos, a fim de salvá-lo das garras de Shere Khan, mas ele é sequestrado pelos macacos, que o levam a seu líder, um gigantesco (e medonho) orangotango - responsável pela música mais ridícula que eu vi nos últimos dez anos. Bola fora, Disney, e olha que eu amo suas músicas, mas essa não dá pra perdoar -. Após uma sequência de brigas, Balu e Bagheera conseguem resgatar Mogli, que acaba descobrindo que Akela foi morto por Shere Khan. Decidido a vingar-se e impedir que o tigre matasse mais dos seus amigos, o garoto vai até a aldeia humana e rouba uma tocha acesa - a chamada "flor vermelha", temida por todos os animais. É nesse momento que ele, anteriormente um deslocado ser da floresta, vê aflorar em si o pior lado dos humanos, pois, tomado pela raiva, não percebe o rastro de destruição que o fogo deixa atrás de si.

Ao retornar, Mogli vê que todos os animais estão reunidos próximo ao rio, para tentarem se proteger das chamas que consomem parte da floresta. Ele decide não usar o fogo como arma contra Shere Khan, e os outros ficam ao seu lado, entoando o lema da selva e protegendo-o. Graças a essa ajuda e à sua inteligência, Mogli consegue derrotar o tigre. A cena final, uma das mais bonitas, mostra o menino junto aos elefantes, que, segundo o filme, seriam os responsáveis por criarem a selva, e os que acabam por salvá-la do incêndio - nesse momento, a natureza aceita o garoto como parte dela, e ele pode, finalmente, viver em paz, pois encontrou o equilíbrio entre seu lado humano e seu sentimento como membro de todo aquele grupo.

À parte do enredo SENSACIONAL, que não traz muitas variações em relação ao desenho animado, temos a atuação incrível do estreante Neel Sethi (12 anos), o único humano. A dublagem não deixa muito a desejar, mas normalmente o áudio original é melhor, então esta provavelmente não é uma exceção. Vale a pena conferir em 3D e se encantar com a já enaltecida qualidade das imagens. Leve lenços, eu contei quatro momentos de ir às lágrimas, inclusive o da imagem acima, em que Mogli se despede de sua mãe-loba. A cena em que os animais recitam juntos o lema da selva me deixou especialmente emocionada - essas cenas de união sempre me tocam -, e estou seriamente considerando assistir ao filme de novo para tentar decorá-lo corretamente. Por ora, fiquem com o que eu consigo lembrar, juro que é algo nessa linha:


"A selva possui regras

Quem as obedecer, sobreviverá

Mas quem as desrespeitar, morrerá

Tal qual o rio que corre rápido

A vida na selva é uma odisseia

A alma da alcateia é o lobo

E a alma do lobo é a alcateia"


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