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Sobre balas, tendas e pulgas

Há muitos livros que narram as tragédias da Segunda Guerra Mundial, principalmente relatos de sobreviventes do holocausto. No romance de Joseph Boyden, porém, o pano de fundo é a Primeira Guerra e traz como protagonistas personagens bastante desconhecidos do público geral - membros de uma tribo indígena canadense. Niska, Elijah e Xavier vivam isolados na mata até que os dois garotos decidem se alistar no exército do Canadá e partem para lutar nas cruéis trincheiras da Europa. Anos mais tarde, Xavier retorna à sua terra natal e sua tia, Niska, o recebe para três dias de viagem rio acima. O livro intercala as trágicas aventuras de Xavier e o passado tribal de Niska, com muitas explicações sobre rituais cree e sobre os dias de tensão vividos pelos soldados durante a guerra.



Os personagens são muito bem-construídos, nada maniqueístas - são pessoas que estão em situações extremas e fazem o que for preciso para sobreviver. No entanto, o ritmo da narrativa deixa um pouco a desejar, pois, como são histórias esparsas, sem continuidade direta, os capítulos não estimulam a continuidade da leitura, que, ainda bem, é agilizada pela escrita, direta e tão sem rodeios quanto a própria guerra.

"Jornada de três dias" tem uma boa premissa, mas o enredo não aguenta tantas páginas e se perde em vários momentos, compensados em certo grau por outros muito mais emocionantes e dramáticos. O ponto alto do livro são mesmo as metáforas bonitas, o tom realista coerente com a temática de guerra e as histórias de Niska, que ilustram a cultura quase esquecida dos povos autóctones da América do Norte.

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