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Fiz dezoito anos, e agora???

Idade é algo extremamente controverso. Rousseau dizia que "o que viveu mais não é aquele que viveu até uma idade avançada, mas aquele que mais sentiu na vida", o que contraria o senso comum de que toda pessoa idosa é, por definição, sábia. Muitos afirmam que idades são apenas números e passam longe de significar algo de concreto. Real ou não, o fato é que a sociedade considera - e muito! - a quantidade de primaveras que você já atravessou na hora de determinar várias características da sua vida: suas atividades, suas preferências e até em que pé deve estar sua vida amorosa.


[foto de textinho de tumblr porque, bom, este tem muita cara de textinho de tumblr]


Dezoito é um número emblemático em grande parte do mundo, pois marca a maioridade civil em vários países, como EUA (exceto quatro estados), Venezuela, Nigéria, Rússia, Alemanha, Frnança, Reino Unido, China, Índia, Austrália, e, claro, nosso lindo Brasil. Dessa forma, a essa idade é associado um pacote de implicações: voto obrigatório, alistamento militar (no caso dos homens), compra legal de bebidas alcoolicas, responsabilidade judicial pelos seus atos, casamento permitido por lei, etc.

À parte desses aspectos legais, há um leque de perturbações que atingem os jovens a partir dessa idade: escolhas profissionais, planos para construção de uma família, metas de viagens... Ser pós-adolescente (se é que esse termo existe) significa exigir de si mesmo a responsabilidade de um adulto e a empolgação de uma criança. Unir toda a força de vontade que tínhamos para sonhar alto aos treze anos à perspectiva clara de que tudo é muito difícil de se realizar na vida real que temos agora. Reprovações em vestibulares, recusas em entrevistas de emprego, buscas árduas por estágios, negações de aumentos... Saber que tantos obstáculos serão colocados entre você e seus objetivos é extremamente desanimador e estressante. Mas calma!, dirão os mais velhos, você é jovem, tem a vida inteira pela frente.

Ter dezoito anos é ser chutada (o) para fora da quadra poliesportiva da adolescência e ser arremessado ao bar dos adultos solitários e desiludidos. É saber que, a partir de agora, as coisas precisarão ser levadas mais a sério, porque você passou a fazer parte do competitivo, cansativo, estressante e insano mundo dos adultos.

Adultos.

Adultos.

É claro que uma pessoa de dezoito anos não é beeeeem uma adulta, mas já é meio caminho andado. Você nunca pensou que chegaria a essa idade, certo? Quero dizer, não literalmente, mas que parecia um momento muito distante, parecia [desabafo: eu lembro que passou-se uma vida entre a primeira dose da vacina anti-tétano, aos cinco anos, e a segunda, aos quinze]. Mas pois é, o tempo voa, né amor? Escorre pelas mãos, já dizia Lulu Santos. Não adianta tentar segurá-lo; o melhor é aproveitar enquanto passa pelos dedos. Mas com calma! Desacelera esse coraçãozinho, respira e take it easy, buddy! O mundo espera MUITO de você, cobra MUITO de você, assim como você tem muitos desejos e muitos sonhos a cobrar do mundo. Então, mesmo que desde já você sinta essa pressão nos ombros, tente ao máximo usá-la a seu favor! Paulo Coelho escreveu certa vez que "o Universo conspira a seu favor" - o que, todos sabemos, é uma grande bobagem. O Universo vai te dar váááárias rasteiras, vai te fazer querer desistir váááárias vezes, mas, como diria Cristal, personagem do livro "Surpreendente", "vem ser melhor que a vida e a gente dá um jeito de ganhar dela".

É demais te pedir pra não desistir nunca, eu sei. Tem horas que não dá pra continuar mesmo. Mas tente até o final, até o limite, para não se arrepender depois e pensar que poderia ter continuado mais um pouquinho. Porque, no meio dessa loucura caótica que chamamos de sociedade, é preciso ter moderação e poder de análise para não cair em roubadas. Ponderar antes de fazer qualquer coisa é uma regra que deve sempre estar à mão, mas que pode ser deixada de lado em momentos oportunos a mergulhos de cabeça em possibilidades supostamente inimagináveis. Afinal, embora seja necessário planejar, como diria Renato Russo, não temos tempo a perder; assim como esses primeiros dezoito anos pareceram passar voando, outros também passarão, e eles precisam, acima de tudo, valer a pena. Vamos retomar a letra de "Tempos Modernos", do Lulu Santos, supracitada, e "vamos nos permitir?".


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