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Mais loucuras e efeitos especiais ou Sobre uma Alice mais girl power

Mia Wasikowska está de volta com suas madeixas loiras e sua cara de paisagem para a continuação do filme que protagonizou em 2010, dessa vez com uma personagem muito mais girl power. Em "Alice através do espelho", vemos que ela se tornou capitã do navio que pertencera ao pai e, a bordo dele, aventurou-se pela China (como os mais atentos se lembrarão que ela planejara fazer no final do primeiro filme), que lhe rendeu, além de maturidade, um figurino maravilhosamente colorido e que é composto de - pasmem - CALÇAS. Isso mesmo, chega de mocinhas correndo por aí usando aqueles vestidos claros que nunca sujam nem se enroscam em galhos! Um beijo para Colleen Atwood, a figurinista responsável, que já havia recebido o Oscar de Melhor Figurino por Alice no País das Maravilhas.

O filme, aliás, fala bastante do passado do mundo subterrâneo. Recebemos um novo personagem, o Tempo, interpretado por Sacha Baron Cohen (o divo Master Of The House d'Os Miseráveis, de 2013), que forma um engraçado par romântico com a Rainha Vermelha (a maravilhosa Helena Bohan Carter está de volta, é claro - momento fangirl: Helena e Sacha são um casal tanto em Les Mis quanto em Alice, como não shippar???). E ele está lá por um motivo muito especial: Alice precisará viajar no tempo para ajudar o Chapeleiro Maluco, que passa por uma grave crise de depressão. O que eu acabei de fazer é apenas um dos váários trocadilhos relacionados ao tempo que surgem em algumas cenas do filme - muito bem-vindas, claro, afinal, embora o enredo esteja mais organizado, instigante e poético do que o original (e quando digo original me refiro ao primeiro filme, claro, não à obra de Lewis Carroll), o público-alvo ainda são as crianças e elas precisam sempre de uma pitada de humor.

As imagens são, como todo bom filme que tenha o dedo de Tim Burton, lindas e vibrantes, mas há algumas passagens em que a "tela verde" ficou um tanto evidente demais - perdoável, é claro, mas perceptível. O enredo, como eu disse, está bem melhor que o primeiro, na minha opinião, e embora o tema "viagem no tempo" seja um pouco batido, o resultado não é muito clichê e é de fácil compreensão (embora Alice volte várias vezes no passado, não é como De Volta Para O Futuro 2, em que em algumas horas você não sabe mais em que ano eles estão).

 

Somando, deve haver cerca de meia hora de filme que não se passe no País das Maravilhas - mas essas cenas foram o grande trunfo da produção, a meu ver. Alice está novamente enfrentando a sociedade patriarcal, com coragem, elegância e, claro, uma pincelada de "loucura". O modo como ela desafia Hamish e - com o perdão da expressão - esfrega na cara dele o quão babaca ele é foi uma das partes que mais me empolgaram. Dica: prestem atenção na mãe da Alice, ela é bem importante nesse lado feminista revolucionário da história.

 

"Alice Através do Espelho" é daqueles filmes "para todas as idades". As imagens são incríveis e os diálogos, simples porém coerentes. Vale a pena assistir em 3D, mas a versão em duas dimensões não deixa a desejar. E, por favor, leve seu filho ao cinema - esta Alice é um ótimo exemplo de mulher que ele deve aprender a admirar.


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