Predadores e Presas ou Sobre animais mais civilizados que seres humanos (ou não?)
- Júlia Mayumi
- 19 de jul. de 2016
- 2 min de leitura
Em Zootopia, a animação da Disney que foi lançada em 2015, todos os animais são antropomorfizados - usam roupas e andam com as duas patas traseiras. E, claro, trabalham. A jovem Judy, a protagonista, é uma coelha que quer ser policial, algo considerado impossível para sua espécie. Contra todas as expectativas e com grande determinação, ela se forma na academia de polícia e vai para Zootopia, cujo lema é "você pode ser o que quiser". Lá ela conhece Nick, uma raposa "típica": malandra, leva a vida na esperteza e na ilegalidade. A idealista e o desiludido, a interiorana e o cosmopolita, a "você consegue" e o "cai na real" - Judy e Nick vão descobrir que têm muita coisa em comum, e aprenderão muita coisa nessa aventura.

Com Shakira interpretando a música-tema, Try Everything, Zootopia é uma animação "de gente grande", compondo uma crítica social ímpar e mostrando aos espectadores que deve-se sempre ver além das aparências - e, como todo bom filme da Disney, é sempre reforçada a ideia de correr atrás dos seus sonhos.
O preconceito é o grande tema do longa. Desde as fábulas de Esopo, diversos aspectos da personalidade humana foram metaforizados através de animais - e o filme tenta justamente quebrar essas pré-definições, apresentando uma lição sobre diversidade e respeito dentro de um enredo policial tão bem construído que é fácil esquecer que se trata de uma animação.
Integrando o hall de filmes infantis que pararam de subestimar a inteligência das crianças, Zootopia tem um enredo divertido, singelo e responsável, com diálogos nada óbvios e muitas lições a serem aprendidas não só pelos pequenos, mas também pelos adultos - sobre perseverança, raiva, inveja, gentileza e confiança.
"E quando mais tentarmos entender um ao outro, mais excepcional cada um de nós será" (Judy)
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