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Sororidade para pré-adolescentes ou Sobre amigas, música e feminismo


Este livro fala sobre Feminismo e Beatles. Já ganhou nosso amor, certo? <3

Mas como não se deve comprar livro pelo título, vamos falar um pouco do enredo.

Penny Lane Bloom é uma aluna do colegial em uma cidade do Illinois, EUA. Como muitas garotas, já teve o coração partido por garotos - mas ela decidiu que não deixará que isso aconteça novamente. Tendo herdado dos pais a paixão pelos Beatles, ela cria o Lonely Hearts Club (ao pé da letra, Clube dos Corações Solitários), que rapidamente é apoiado por outras alunas de seu colégio, também cansadas de serem magoadas e de verem suas amigas mudarem para agradar aos namorados. As regras do clube são simples: nada de namorar até acabar a escola, comparecer às reuniões de sábado à noite, apoiar incondicionalmente as amigas e irem juntas aos eventos extra-classes (que, como toda história americana, se resume basicamente aos bailes no ginásio). Até aí, tudo bem. MAS as coisas começam a mudar quando Penny percebe que, talvez, talvez, só talvez, alguns garotos possam valer a pena...


Eu li Lonely Hearts em 2011, e na época não percebi o quão incrível ele é. Sério, todas as garotas de 11-14 anos deveriam lê-lo, é basicamente um manual de sororidade! Mostra grupos de amigas se divertindo horrores nas festas - até mais do que várias que haviam levado pares - e simplesmente sendo elas mesmas umas com as outras. Mostra como uma mulher pode se fortalecer com o apoio da outra. E mostra, principalmente, que, como diz o subtítulo, ninguém precisa de namorado para ser feliz!

A Penny é uma personagem com a qual as leitoras facilmente se identificam - adora música, é simpática porém honesta, e é uma ótima amiga. Ela mostra a importância da união entre as garotas para fortalecerem não só a si mesmas, mas a todas as mulheres! É uma feminista nata, mas apresenta o tema de forma leve e bem-humorada. Uma das melhores passagens do livro é quando os garotos da escola começam a reclamar do clube e chegam a sugerir que a Penny é apenas uma despeitada por não ter ela mesma um namorado, mas graças a uma ligação dos pais de Penny, o clube é mantido. Claro, a melhor parte não é a intervenção dos pais (o legal seria se a própria garota tivesse mudado a opinião do diretor, mas lembre-se que o pano de fundo é um colégio e, fala sério, que colégio escuta os alunos, principalmente as alunas?), mas a reclamação dos caras ser tão efusiva e tão real, mostrando claramente o modo como os homens se incomodam quando as mulheres percebem que são mais do que seres que devem se configurar para agradá-los. Além do mais, que feminista nunca foi chamada de "mal-amada"?

Com muitas referências à uma das bandas mais importantes do séc. XX (e uma das melhores, na minha humilde opinião), o romance de Elizabeth Eulberg é imprescindível para as garotas que estão iniciando a adolescência, para que elas percebam que, mais forte do que uma mulher, só um grupo delas.


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